Equipe do IZP vai à feira do jacintinho entender a economia popular alagoana
Na contramão da crise econômica, comércio popular mantém-se em alta
Por Mácio Paulo*
O comércio de bairro, caracterizado pela informalidade, vem crescendo no Brasil. Fatores como baixo custo dos serviços ofertados, diversidade nos produtos oferecidos e comodidade para os consumidores contribuem para a ascensão desses polos econômicos. O programa Página Aberta trouxe o assunto à tona numa reportagem do jornalista Sérgio Torres, com produção de Rodrigo Rodrigues.
Receita do sucesso
Em Maceió, o comércio popular mais influente fica no Bairro do Jacintinho. A população na comunidade é de cerca de 86.514 habitantes, de acordo com dados do IBGE, e representa 9,28% dos moradores da capital. Imagens dos cinegrafistas Luciano Alves e Marcos Araújo mostram a rotina da “Feira do Jacintinho”, localizada na Avenida Cleto Campelo. Homens e mulheres de todas as idades circulam no local, em meio a uma infinidade de produtos e estabelecimentos.
Em entrevista ao repórter Sérgio Torres, o economista Jarpa Andrade averigua que a grande repercussão da feira se deve à possibilidade de barganha entre vendedor e consumidor – “Que outro lugar senão a feira você negocia preços e compra tudo com muitos descontos?”, questiona. Além disso, Andrade propõe também que a proximidade entre comerciante e freguês é um fator decisivo na hora de fechar negócio.
Benefícios
O lojista Renato Rodrigues trabalha com vestuário infantil e acredita ter descoberto a fórmula para angariar a clientela. “Você tem que oferecer ao seu bairro o que ele necessita, e colocar esse artigo num preço que dê pra todo mundo comprar”, orienta.
Leila mora no Jacintinho há 12 anos. Animada, ela conta que a feira oferece ótimos preços e comodidade ao cliente. “É bem mais em conta e tudo se encontra. Pra quem mora aqui eu acho uma grande vantagem porque é um preço que você economiza. A pessoa pega um ônibus, a ida e volta dá sete reais, aqui com sete reais já dá pra comprar um pão, leite, uma verdura, uma fruta”, relata.
Formalidade e orientação
O comércio popular gera emprego, mesmo que por meio informal. Segundo especialistas, dois terços da população vivem dele e ganham em média um salário mínimo. A maior parte é gasta com necessidades básicas – alimentação, higiene pessoal e limpeza.
O Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresas (Sebrae) está atento ao crescimento vertiginoso de minimercados e mercearias nas regiões periféricas da cidade. Diante desse quadro, criou o projeto “Sebrae nas Comunidades”, que tem como objetivo oferecer capacitação e consultaria aos comerciantes informais.
A analista técnica do Sebrae Alagoas, Pauline Reis, esclarece ao repórter Sérgio Torres que o órgão pretende levar o mercado formal a esse público. “Fazemos o trabalho com os feirantes para que a gente consiga levar orientação empresarial para esses pequenos negócios que estão na informalidade e que o Sebrae quer trazer para dentro da formalidade, garantindo os direitos legais”, explica.
*Estagiário de Jornalismo do IZP
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BLOCO 1: https://www.youtube.com/watch?v=XcEAn4ypMHU